sábado, 7 de julho de 2007

Sobre Cultura

Num período em que os portugueses são atingidos por um enorme défice cultural, o Governo actualmente no poder e de maioria absoluta, o Estado tentam ou concretizam a entrega dos valores culturais aos grandes grupos económicos, ou a novos-ricos pseudo-intelectuais. Actualmente mais de 50% dos portugueses não lê um livro por ano, existem em Portugal cerca de 800 mil analfabetos, isto sem contar com a iliteracia presente nas mentes dos portugueses.
Todos sabemos que um povo pobre culturalmente é um povo submisso e consequentemente, facilmente controlado e influenciado.
Hoje em dia a cultura chega às mãos dos portugueses através de três jornais desportivos, que para um país da nossa dimensão é das maiores da Europa, telenovelas de duvidosa qualidade televisiva e pedagógica, mas a maior fatia de tiragem tipográfica vai para as chamadas revistas cor-de-rosa em que o nível jornalístico é no mínimo questionável. A cultura integra-se na identidade de um país, por isso não deve ser relegada para segundo ou terceiro plano como se tem feito desde sempre e mais principalmente na segunda metade do século XX no nosso país. A nossa história, o nosso património e os nossos costumes fazem da nossa identidade enquanto povo. Tudo isto, aos poucos, entregue de bandeja ao sector privado, sendo a redução, quase blasfema, do financiamento em Orçamento de Estado para o Ministério da Cultura.
Se vendem, ou melhor, oferecem a nossa identidade para saciar a fome de lucros obscenos dos grupos económicos, como podemos defender a nossa identidade, costumes e sociedade? Já somos privados?

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